A tiróide ou tiróideia, é uma glândula localizada na face
anterior do pescoço, por baixo da maçã de Adão. Tem a forma aproximada de uma
borboleta, com uma asa (lobo) de cada lado da traqueia, unidas em baixo por um
pequeno segmento (istmo).
A tiróide produz e armazena as hormonas tiroideias, que têm um
papel importante na regulação da atividade do coração, da pressão arterial, da
temperatura do corpo, e da velocidade a que os alimentos são convertidos em energia. Estas
hormonas são também importantes para o crescimento e desenvolvimento das
crianças. Para a produção destas hormonas a tiroideia utiliza o iodo, que se
encontra em alguns alimentos e que, atualmente, é adicionado ao sal de cozinha.
O câncer da tiroideia, apesar do estigma que a designação de
câncer acarreta, responde bem aos tratamentos existentes e a maioria dos
doentes são atualmente curáveis.
Quais são os tipos de câncer da Tiroideia?
Existem 4 tipos principais de carcinoma (câncer) da tiroideia: papilar,
folicular, medular e o anaplástico.
Carcinoma papilar
Os tumores papilares correspondem a cerca de 60% dos câncers da tiroide e
desenvolvem-se a partir das células produtoras de hormonas tiroideias que
contêm iodo. O seu crescimento é muito lento e são geralmente curáveis, mesmo
quando já metastizaram (espalharam) para os gânglios linfáticos vizinhos.
Carcinoma folicular
Os tumores foliculares correspondem a cerca de 17% dos câncers da tiroide e
também se desenvolvem a partir das células produtoras de hormonas tiroideias
que contêm iodo. A maioria é curável. Porém, a doença pode ser difícil de
controlar quando o tumor já invadiu os vasos sanguíneos ou metastizou para os
gânglios linfáticos.
Carcinoma medular
Os tumores medulares têm origem nas células da tiroideia produtoras de hormonas
que não contêm iodo. Embora cresçam lentamente, podem ser de controle mais
difícil que os tumores papilares e foliculares. Correspondem a cerca de 5% dos
tumores malignos da tiróide e, destes, 10% são hereditários.
Carcinoma
anaplástico
São os tumores de crescimento mais rápido. As suas células são francamente
anormais, metastizando rapidamente para outros orgãos. Correspondem a cerca de
18% dos tumores da tiróide e ocorrem mais frequntemente em pessoas acima dos 60
anos.
Quais são as causas
do câncer da tiróide?
Não se conhecem as razões para o aparecimento do câncer da tiroideia. Sabemos,
no entanto, que existem alguns fatores de risco. De fato, o câncer da tiróide é
mais frequente nas mulheres (3 vezes mais que nos homens), na raça branca e em
pessoas que na infância foram expostos a radiação da cabeça e pescoço; esta
radiação era antigamente usada para tratamento do acne e doenças do timo -
orgão localizado no mediastino (região situada no meio da cavidade torácica)
que intervêm no sistema imunitário -, adenóides e gânglios linfáticos do
pescoço.
Existe alguma possibilidade de detectar o câncer da tiróide numa
fase inicial?
Recomenda-se um exame médico anual ou bianual, com especial atenção ao pescoço,
às pessoas submetidas a radioterapia na infância ou com familiares com
carcinoma medular. Se se detectar algum "alto" ou "caroço"
(nódulo) na tiroideia ou nos gânglios do pescoço, dever-se-ão realizar outros
exames para determinar a sua natureza.
Quais são os sintomas de câncer da tiróide?
O sintoma mais comum é um nódulo que se palpa no pescoço. São raros outros
sintomas. Porém, alguns doentes podem referir dôr, sensação de pressão no
pescoço, dificuldade em respirar ou rouquidão.
Como é feito o
diagnóstico?
Qualquer um destes sintomas pode ter várias causas para além do câncer da
tiroideia, pelo que o diagnóstico deverá ser feito pelo seu médico que, para
além de uma história clínica e observação cuidadas, poderá pedir alguns dos
seguintes exames:
ANÁLISES DE SANGUE: permitem ver o estado de funcionamento da
tiroideia. Alguns nódulos podem ser hiperfuncionantes, isto é., produzem
hormonas tiroideias continuamente, escapando aos mecanismos habituais de
regulação de produção destas hormonas.
ECOGRAFIA OU ULTRASSONOGRAFIA: é uma técnica que serve para
produzir uma imagem da tiroide, que não causa dôr ou qualquer outro problema.
Permite ver se um nódulo é sólido ou preenchido por líquido - quisto. Os
quistos são geralmente benignos, enquanto os tumores sólidos necessitam de
outros exames para saber se são ou não malignos.
CINTIGRAFIA: este exame consiste na administração através de uma
veia de uma quantidade mínima e inofensiva de uma substância radioativa -iodo
(I131) ou tecnécio (Tc99) - que é captada apenas pela tiroideia. A radiação é
captada por um detector especial que é passado sobre o pescoço, sendo assim
detectadas as partes da tiróide que estão a funcionar e as que não estão.
Geralmente, os câncers da troideia não são funcionantes - nódulos frios. Porém,
existem outros nódulos frios que não são malignos, sendo necessários outros
exames para os distinguir.
TAC: é um exame radiológico especial que permite uma avaliação
mais pormenorizada da tiróide e das estruturas adjacentes.
CITOLOGIA ASPIRATIVA: a única forma segura de determinar se
existe ou não um tumor maligno consiste em examinar ao microscópio as células
da tiroideia. Após desinfecção da pele e anestesia local, introduz-se uma
agulha no nódulo a examinar; é então aspirado líquido, se se tratar de um
quisto, ou uma pequena quantidade de tecido, que é posteriormente analisado ao
microscópio. Pode-se desta forma distinguir muitas vezes um tumor benigno de um
tumor maligno.
BIÓPSIA: Por vezes, nem mesmo com a citologia aspirativa é
possível determinar a natureza de um nódulo da tiroideia, sendo preciso
proceder a uma biópsia através de cirurgia. Se esta demonstrar a existência de
um câncer, poder-se-á proceder à operação definitiva de imediato, aproveitando
a mesma anestesia.
Qual o tratamento do câncer da tiroideia?
CIRURGIA
A excisão de toda ou parte da tiroideia, juntamente com os gânglios linfáticos
afetados, é a forma mais comum de tratamento dos tumores malignos da tiroideia
que ainda não tenham metastizado para orgãos distantes.
RADIOTERAPIA
Os doentes com tumores papilares ou foliculares localizados podem fazer
tratamento com iodo radioativo (I131), mas em doses maiores do que as
utilizadas para a cintigrafia. O iodo radioativo é ingerido pelo doente e é
captado por quaisquer células tiroideias malignas que existam no organismo,
células estas que assim são destruídas. Estes tratamentos exigem um
internamento de alguns dias, enquanto a radiação é mais ativa, e podem ser
repetidos mais tarde se necessário.
HORMONOTERAPIA
Aos doentes operados ou submetidos a tratamento com iodo radioativo (I131) são
dadas hormonas tiroideias com dois objetvos: substituir as hormonas que já não
são produzidas pela tiroideia e dificultar o desenvolvimento de quaisquer
células malignas restantes. Podem ser necessarios exames para determinar se a
quantidade de hormonas administradas é adequada.
OUTRAS TERAPÊUTICAS
Quando o tumor já se espalhou, geralmente já não se efetua cirurgia. Os doentes
são então submetidos a quimioterapia, radioterapia e/ou hormonoterapia.
Como é feito o controle após o tratamento?
Após o tratamento do câncer da tiroide, seja com cirurgia, seja com
radioterapia, é necessário um seguimento continuado, cuidadoso e disciplinado.
Serão regularmente pedidos diversos exames que incluem análises de sangue, RX e
cintigrafia. Se se detetar algum sinal de reaparecimento do tumor - recidiva -
poderá ser feita terapêutica com I131, radioterapia externa e/ou quimioterapia.
CIRURGIA DA TIROIDEIA
Preparação pré-operatória
· São feitos os exames habituais antes de qualquer cirurgia que exija anestesia
geral: RX Tórax, eletrocardiograma e algumas análises de sangue.
· Não deverá comer ou beber nada 6 horas antes da cirurgia.
· Antes de ir para a sala de operações podem ser-lhe
administrados medicamentos que lhe causam tonturas ou sonolência.
Operação
· É feita sob anestesia geral - o doente está a dormir.
· A incisão, estende-se de um lado a outro da parte inferior do
pescoço, sendo feita de forma a ser o mais cosmética possível.
· Poderá ser excisada a totalidade ou apenas parte da tiroideia.
· Só muito excepcionalmente são necessárias transfusões de
sangue.
· A operação demora cerca de 2 horas.
Cuidados pós-operatórios
· Após a cirurgia será levado(a) para uma sala de recobro, onde será mantido(a)
sob observação. Quando a sua tensão arterial, pulso e respiração estiverem
estáveis será levado(a) de volta para o seu quarto.
· As dores serão controladas com medicamentos que podem ser
dados pela enfermeira ou por si mesmo quando sinta que tem necesidade. Isto é
feito por um balão chamado PCA (patient controlled analgesia) que está conetado
aos tubos dos soros.
· Inicialmente poderá sentir dôr ou uma impressão na garganta,
assim como poderá ter dificuldade em falar.
· Algumas horas após a cirurgia pode levantar-se e começar a
alimentar-se.
· Assim como com qualquer tipo de operação, as complicações são
sempre possíveis. Neste tipo de cirurgia podem incluir rouquidão e baixa dos
níveis de cálcio, complicações estas que são geralmente transitórias e
trataveis. Pode também raramente ocorrer infecção da ferida operatória ou
hemorragia.
· Deverá ter alta para sua casa em 4 ou 5 dias.
· Ser-lhe-ão prescritos medicamentos e marcada a próxima
consulta para observação e remoção dos pontos.
Em casa
· Pode e deve andar à vontade, subindo escadas inclusive.
· Tome a medicação que for prescrita.
· Alimente-se normalmente, sem exageros.
· Deve tomar duche como habitualmente. Se tiver pensos, substitua-os depois do
duche por pensos secos.
· Não conduza automóvel até o seu cirurgião lhe dizer.
· Pode voltar à sua vida normal assim que sentir suficientemente bem para isso,
incluindo a atividade sexual e o trabalho.
Deve contatar o seu médico se
· Sentir algum sintoma estranho ou tiver dores demasiado intensas.
· Tiver febre acima de 37,5ºC;
· A incisão ficar encarnada ou inchada, ou se sair dela algum líquido;
· Tiver alguma pergunta que considere importante.
TIREÓIDE
É uma glândula endócrina que pesa aproximadamente 30 gramas.
A tiróide localiza-se sobre os primeiros anéis da Traquéia.
Apresenta 2 lobos (um de cada lado da laringe) constituídos por tecido
glandular endócrino e ligados por um istmo.
A tiróide produz tiroxina (Tetraiodo tironina) e Triidotironina.
A síntese de seus hormônios é realizada a partir da
tiroglobulina (proteína) que se apresenta o aminoácido tirosina.
A tiroxina e a tridotironina são liberadas na corrente sangüínea
sob a estimulação de tirotrofina (TSH), hormônio produzido pela adenoipófise, e
estimulante da tiróide. Este hormônio estimula a captação do iodo pelas células
dos folículos (da tiróide) e aumenta o tamanho e atividade das células
secretoras. Em suma, a tirotrofina acelera a síntese dos hormônios da tireóide
e sua liberação no sangue.
Os hormônios da Tiróide estimulam as reações químicas
(metabolismo) da maioria dos tecidos do organismos, pois aumentam a quantidade
de enzimas oxidativas.
A tiróide acelera o metabolismo dos carboidratos, dos lípides e
das proteínas; tem função importante no crescimento e desenvolvimento
influindo, inclusive, no ciclo menstrual e na fertilidade.
Os hormônios da tireóide são importantes para metamorfose dos
anfíbios. Pode-se impedir a metamorfose do girino pela extirpação da glândula
ou pode-se acelarar a metamorfose com a administração de hormônios da tireóide.
Hipotireoidismo
A suas manisfestações variam conforme a idade em que se inicia a insuficiência
da tireóide.
O hipotireoidismo congênito traz o aparecimento de um quadro
clínico denominado cretinismo. O afetado apresenta pequena estatura (devido a
um desenvolvimento deficiente do esqueleto), cabeça grande e pernas curtas e a
dentição é irregular, o desenvolvimento sexual é atrasado e há grande
debilidade mental.
O hipotireodismo no adulto traz como efeitos fisiológico mais
evidentes; queda da freqüência cardíaca, apatia, aumento de peso, engrossamento
e tumefação da pele (mixedoma).
Hipertireoidismo
O indivíduo Hipertireoidismo apresenta: intolerância ao calor, metabolismo
basal alto, aumento da freqüência cardíaca, perda de peso, tremor nas mãos,
nervosismo e outras perturbações psíquicas. Na maioria dos Hipertireoidismo
ocorre protusão dos globos oculares. (exoftalmia).
Há tipo de hipertireoidismo que é devido à formação de
anticorpos contra hormônios da tireóide. Denomina-se a essa enfermidade,
tireoidite de Hashimoto, a qual está ligada a fatores gênicos sendo, portanto,
uma doença hereditária.
O bócio (papo) é um aumento de volume da tiróide em decorrência
de hipo ou hiperfuncionamento da glândula. O bócio pode ser endêmico, como
resultado da falta de iodo em determinadas áreas geográficas. A falta de iodo
no organismo impede a transformação da tiroglobulina em tiroxina. O baixo teor
de tiroxina no sangue vai provocar a liberação constante de tirotrofina no
sangue vai provocar a liberação constante de tirotofina pela hipófise (feedback
positivo). Esta estimulação prolongada da tiróide, por sua vez, leva a
hiperplasia da glândula (bócio).
Paratireóides
As paratireóides apresentam-se como 2 pares de glândulas ovóides que pesam
cerca de 140 mg no homem. Estão localizadas na face posterior na Tiróide.
A função destas glândulas está intimamente relacionada com o
metabolismo do cálcio e do fósforo. Desempenham um papel importante na
manutenção do nível normal desses íons no plasma e no líquido intercelular.
O hormônio das paratireóides, paratormônio mantém constante a
relação entre cálcio e fósforo no plasma, aumenta a eliminação de cálcio e do
fósforo pela urina e mobiliza o cálcio dos ossos; favorecem também a absorção
de cálcio pelo intestino porém, neste caso, é indispensável a presença da
vitamina D. ocorre uma queda no teor do hormônio após a administração de cálcio
e, ao contrário, o nível do hormônio aumenta quando a concentração do cálcio no
plasma diminui. Trata-se como se vê, de um mecanismo de realimentação ou
feedback, controlando pelo nível de cálcio no plasma sangüíneo.
Hipoparatireoidismo
A falta ou insuficiência do paratormônio reduz o cálcio sangüíneo do seu nível
normal e determina um aumento no nível do fósforo, enquanto que a excreção
renal do cálcio e do fósforo diminui. A queda acentuada no nível do cálcio
sangüíneo leva ao aparecimento da tetania muscular, devido a uma
hiperexcitabilidade dos tecidos nervoso e muscular, causada pela insuficiência
dos íons de cálcio no sangue.
Hiperparatireoidismo
Nos pacientes com hipertensão da paratireóide ocorre uma alteração na relação
cálcio/fósforo do sangue; nível do cálcio eleva-se muito e o nível do fósforo
diminui. O excesso do hormônio determina uma excessiva mobilização de cálcio
dos ossos, levando ao aparecimento de deformações ósseas e fraturas freqüentes.
Há eliminação de cálcio e fósforo pela urina, podendo haver formação de
cálculos renais devido a um depósito de cálcio.
Quimicamente o paratormônio é polipeptídio de peso molecular
8.500.
TIREÓIDE
A tireóide ou tiróide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos),
que fica localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida
como Pomo de Adão (ou popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas do corpo
humano e tem um peso aproximado de 15
a 25
gramas (no adulto).
Ela age na função de órgãos muito importantes como o coração,
cérebro, fígado e rins. Interfere também no crescimento e desenvolvimento das
crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no
peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional. É
fundamental estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o
equilíbrio e a harmonia do organismo.
Comparada a outros órgãos do corpo humano é relativamente
pequena ela, porém é responsável pela produção dos hormônios T3
(triiodotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em todos os sistemas do nosso
organismo
Quando a tireóide não está funcionando adequadamente pode
liberar hormônios em excesso (hipertiroidismo) ou em quantidade insuficiente
(hipotireoidismo).
Se a produção de "combustível" é insuficiente provoca
Hipotireoidismo. Tudo começa a funcionar mais lentamente no corpo: o coração
bate mais devagar, o intestino prende e o crescimento pode ficar comprometido.
Ocorre também a diminuição da memória, um cansaço excessivo, dores musculares e
articulares, sonolência, pele seca, ganho de peso, aumento nos níveis do
colesterol no sangue e até depressão. Na verdade o organismo nesta situação
tenta "parar o indivíduo", já que não há "combustível" para
ser gasto.
Se há produção de "combustível" em excesso acontece o
contrário, o hipertiroidismo. Aí tudo no nosso corpo começa a funcionar rápido
demais: o coração dispara, o intestino solta, a pessoa fica agitada, fala
demais, gesticula muito, dorme pouco, pois se sente com muita energia, mas
também muito cansada.
Tanto no hipo como no hipertireoidismo, é comum haver um aumento
no volume da tireóide, que chama-se bócio, e que pode ser detectado através do
exame físico. Problemas na tiróide podem aparecer em qualquer fase da vida, do
recém-nascido ao idoso, em homens e em mulheres.
Diagnosticar as doenças da tireóide não é complicado e o
tratamento pode salvar a vida da pessoa.
Nódulos de Tireóide
Um dos problemas mais frequentes da tireóide são os nódulos, que não apresentam
sintomas. Estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireóide
em algum momento da vida. O que não significa que sejam malígnos. Apenas 5% dos
nódulos são cancerosos. O reconhecimento deste nódulo precocemente pode salvar
a vida da pessoa e a palpação da tireóide é fundamental para isso. Este exame é
simples, fácil de ser feito e pode mudar a história de uma pessoa. Uma vez
identificado o nódulo, o endocrinologista solicitará uma série de exames
complementares para confirmar a presença ou não do câncer.
TIREÓIDE
Esta glândula recebeu o nome tireóide (thyereos-escudo oblongo; eidos-forma)
por apresentar conformação semelhante à de um certo tipo de escudo. Consiste de
dois lobos de tecido glandular, vermelho escuro, unidos por uma faixa larga de
tecido semelhante, chamada istmo. O istmo repousa sobre o segundo e o terceiro
anéis cartilaginoso da traquéia, e os lobos, em sua maior parte, ajustam-se
sobre a frente e em torno das porções laterais da traquéia, imediatamente
abaixo da laringe, mas as suas porções superiores estendem-se lateralmente para
cima, por curta distância.
Está localizada na parte anterior do pescoço (perto da laringe).
FUNÇÃO GERAL
Sabe-se já há muito tempo a tireóide secreta o hormônio tiroxina. Mas
recentemente levou a descoberta de um segundo hormônio, ainda mais potente,
produzido pela tireóide: a triiodotitronina. Embora o modo exato de ação desses
hormônios não seja conhecido, está bem provado que, em termos gerais, eles
controlam a taxa de metabolismo das células do organismo.A tireóide desempenha
funções importantes na diferenciação, crescimento, maturação, equilíbrio
hídrico e eletrolítrico, armazenamento protéico, metabolismo glicídico e
lipídico.
É uma glândula diabetogênica, pois sua secreção acelera as
reações químicas hepáticas que estimulam o diabete.
Tireoide
DESORDENS FUNCIONAIS
As desordens funcionais da tireóide podem afastar-se do normal segundo qualquer
uma de duas direções: a tireóides de alguns indivíduos secreta muito pouco
hormônio (hipofunção) enquanto outro secreta em demasia (hiperfunção).As duas
doenças que assim se produzem são chamadas hipotireoidismo e hipertireoidismo, respectivamente.
HIPOTIREOIDISMO
Se o hipotireoidismo se instala cedo na vida do indivíduo, o desenvolvimento
corporal é prejudicado. Se a doença é grave, resulta num tipo de nanismo com
retardamento geral conhecido como cretinismo. Quando o hipotireoidismo se
instala depois de o individuo ter atingido um desenvolvimento completo,
determina uma diminuição geral de todas as funções do organismo. No caso grave
ele resulta num acúmulo anormal de mucopolissacarídeos e alguns tecidos
conjuntivos. Uma vez que o estado edematoso dos tecidos conjuntivos não se
deve, neste caso, à presença de líquidos tecidual extra, e sim à de
mucopolissacarídeos adicionais, o edema que ocorre é denominado mixedema.
O hopotiroidismo manifesta-se de acordo com a idade em:
1) cretinismo
(congênito) e
2) mixedema (doença
de Gull).
No cretinismo há um retardamento do desenvolvimento físico e
mental. São mencionada as seguintes alterações:
Retardamento na perda dos dentes decíduos;
Retardamento na erupção dos dentes permanentes;
Mandíbula retraída (maxilares pequenos);
Má posição e alinhamento defeituoso (maloclusão);
A língua parece grande para a cavidade bucal;
Desproporção entre o crânio (grande) e a face (pequena)
O mixedema é observado quando ocorre uma atrofia de tiróide no
adulto ou ainda entre os seis e 12 anos (mixedema juvenil), o qual pode estar
relacionado com o iodo.
No mixedema juvenil ocorre retardamento da erupção dos dentes e
malformação dos maxilares. A dentina aparece com defeitos as raízes
incompletamentes formadas.
No mixedema do adulto observa-se edema não depressivo dos
lábios, nariz, pálpebra e língua (macroglossia).
HIPERTIREOIDISMO
O hormônio tireoidiano, presente em excesso no sangue, eleva a taxa metabólica
até um ponto em que o indivíduo não tolera o calor e suporta o frio facilmente.
Acelera também os batimentos cardíacos e torna o temperamento excitável. As
pessoas portadoras de hipertiroidismo tendem a emagrecer; seu catabolismo é tão
estimulado que elas consomem os próprios tecidos, literalmente. É uma condição
que produz taquicardia, hipertensão, aumento do coração, exoftalmia,
irritabilidade e tremores das extremidades.
No hipertiroidismo podem ocorrer:
Perda precoce dos dentes decíduos;
Erupções precoce dos dentes permanentes;
Alteração do osso alveolar (osteoporose).
TIREÓIDE
A
glândula tireóide está situada na frente dos anéis da traquéia, entre o
pomo-de-adão (proeminência da laringe no meio da região anterior do pescoço) e
a base do pescoço, onde se localiza a fúrcula esternal. Com a forma de um H ou de
um escudo (thyreos, em grego, quer dizer escudo), consiste num istmo central
com um lobo do lado esquerdo e outro do lado direito. (Imagem 1). Fixa à
laringe por tecido conjuntivo, a glândula se movimenta com a deglutição.
A tireóide guarda uma relação complexa com outras estruturas
anatômicas - veias artérias, músculos e nervos - e produz os hormônios
tireoideanos, responsáveis por diversos controles do organismo, como batidas
cardíacas, movimentos intestinais, poder de concentração do cérebro, tônus da
musculatura, respiração celular.
No passado, a única forma
de examinar a tireóide era por meio da palpação. Em geral, o médico se
posicionava atrás do paciente e, com as mãos, procurava verificar se existiam
alterações na glândula. Se o advento da ultra-sonografia representou um avanço
inegável no método de examinar a tireóide, pois permite o diagnóstico precoce
de problemas graves, trouxe também consigo uma série de questionamentos.
Pessoas que fazem ultra-som da tireóide descobrem a existência de dois, três,
às vezes, quatro nódulos absolutamente assintomáticos, e perguntam o que devem
fazer diante desse achado. Muitas são encaminhadas para a cirurgia sem
necessidade, porque temem conviver com o problema.