As técnicas disponíveis atualmente para o tratamento de lesões de cartilagem articular podem resultar em alívio dos sintomas; mas não na regeneração do tecido lesado.
A geração de um substituto biológico que recomponha a cartilagem articular nativa requer células vivas que sejam capazes de sintetizar e manter a matriz cartilaginosa.
A engenharia de tecidos constitui recentemente uma metodologia para reconstrução de novos órgãos e tecidos que foram lesados e apresentam dificuldades na reparação.
Um dos maiores avanços no campo da engenharia de tecidos e dentro da medicina ortopédica; tem sido; o recrutamento de tecido do próprio paciente; que são dissociados em células e cultivadas sobre suportes biológicos ou sintéticos; conhecidos como scaffolds; para posterior realização de implante de condrócitos; com intuito de regenerar o tecido cartilaginoso lesado.
Uma variedade de scaffolds como hidrogel e polímeros sintéticos; têm sido investigadas para a expansão dos condrócitos “in vitro” para o reparo da cartilagem lesada.
Tais matrizes incluem: arcabouços à base de colágeno: gel de colágeno tipo I e II; esponjas de colágeno tipo II; ácido polilático e ácido poliglicólico; fibrina; óxido de polietileno; fibrina; peptídeos; alginato e gel de plaquetas.
No presente trabalho desenvolvemos diferentes metodologias de cultura de condrócitos utilizando scaffold sintético “hidrogel de alginato” e biológico “gel de plaquetas” obtido a partir do Plasma Rico em Plaquetas - PRP; além da cultura de condrócitos em pellet tri-dimensional; objetivando encontrar a melhor metodologia para a realização de implantes de condrócitos.
Como modelo experimental escolhemos coelhos; tanto para coleta da cartilagem articular como para obtenção do plasma sangüíneo e realização dos implantes alogênicos.
Em relação à cultura celular; obtivemos resultados satisfatórios e termos de viabilidade celular e produção de matriz pericelular da cartilagem; quando utilizamos hidrogel de alginato.
Na cultura em gel de plaquetas; os resultados também foram satisfatórios no tocante da viabilidade celular e produção de matriz extracelular.
A cultura em pellet tri-dimensional demonstrou ser eficiente para estudo da histogênese dos condrócitos; constituindo-se de uma massa celular com pouca resistência.
Para a realização dos implantes em lesões osteocondrais efetuadas na cartilagem articular dos animais; utilizou-se como scaffold “hidrogel de alginato” contendo condrócitos (grupo tratado) ou não (grupo controle) e “gel de plaquetas” contendo condrócitos (grupo tratado) ou não (grupo controle); implantados respectivamente em joelhos esquerdos e direitos em grupos distintos de animais.
Efetuou-se avaliação macroscópica e microscópica dos implantes em um prazo de 30; 60 e 90 dias pós-cirurgia; observando resultados de reparação satisfatórios nos implantes os quais usou-se gel de plaquetas.